Teoria da perspectiva – Eu não sabia que fazia isso

Por que decidimos “como” decidimos? Qual o padrão do nosso consumo? Por que tomamos certas decisões de compra que não parecem ser as mais racionais, mas mesmo assim tomamos? E em relação aos investimentos, qual o nosso comportamento? Boicote? Imediatismo? Por que não poupamos? Porque temos dificuldade de chegar até o final de um objetivo de investimento? Até onde vai nosso “estômago” para risco?

Uau! São muitas perguntas que dois ilustres cientistas fizeram e nos ajudaram a entender, o que hoje, conhecemos como finanças comportamentais.  À partir dos anos 90 as premissas da teoria das finanças modernas começaram a ser mais questionadas, indo por um caminho aonde novas teorias de irracionalidade considerando o ser humano como suscetível a cometer erros, agindo frequentemente por impulsos irracionais” e “passionais” no processo decisório, começam a tomar forma.

Daniel Kahneman e Amos Tversky ganharam o prêmio nobel de economia por toda incrível descoberta das finanças comportametais. O que deveríamos saber a respeito de como a psicologia afeta a economia e, sobretudo, as decisões financeiras?

Na teoria moderna de finanças, que nasceu na metade do século 20, eram assumidos 3 características principais de investidores:

  • São avessos ao risco
  • Expectativas racionais
  • Integração dos investimentos (a rentabilidade de todos os ativos juntos)

Já as finanças comportamentais assumem as seguintes características de investidores:

  • São avessos à perda
  • Operam sob racionalidade limitada
  • • Segregam seus investimentos (rentabilidade isolada de cada ativo, sem compreender os benefícios da diversificação)

Kahneman e Tversky fizeram alguns experimentos e notaram que as pessoas aceleravam o processo decisório simplificando a tomada de decisão, ao invés de buscar mais informações para tal decisão em condições de incertezas. Isso ocorre porque as pessoas se baseiam num número limitado de princípios heurísticos ou regras de bolso, para simplificar o processo.

Podemos verificar alguns comportamentos típicos de investidores:

  • • Efeito disposição – maior propensão a vender ativos com retornos positivos do que aqueles com desempenho negativo.
  • • Status Quo – alguns investidores preferem manter a situação em que se encontram do que efetuar qualquer mudança, mesmo que esse movimento implique em maiores ganhos.
  • • Movimento manada – tomada de decisão que os demais estão tomando, escolhe-se conforme outras opiniões. Isso acontece quando o investidor tem pouca ou nenhuma informação, o que é muito comum para quem nunca investiu e tem vergonha de perguntar.
  • • Framing – a forma como uma situação é apresentada pode fazer toda diferença, exemplo: sabemos que um fundo tem 50% de chances de performar e 50% de chance de não performar. Se eu simplesmente não disser nada sobre o fato do fundo ter 50% de chances de perder, a informação será percebida positivamente e influenciará na tomada de decisão.
  • • Desconto hiperbólico – é uma tendência irracional do ser humano em viver o agora e pagar depois, por isso parcelamos tanto, ou no âmbito de investimentos, o investidor recompensas rápidas, exemplo: eu tenho dois projetos – (1) possui benefícios maiores no longo prazo, porém com recebíveis mais lentos e (2) com recebíveis maiores inicialmente, porém os ganhos no total do projeto são menores, o investidor escolherá a opção com ganhos maiores imediatos.
  • • Excesso de confiança – pessoas tendem a colocar muita confiança em sua habilidade de previsão, exemplo: investidores que giram suas carteiras o tempo todo para pegar carona à alguma ótima oportunidade de mercado, geralmente tem a sensação ilusória de ganho. Isso porque girar a carteira tem um custo alto (corretagem, IR) e no saldo final podem até supercar o benchmark, mas o ganho líquido fica aquém de seu esforço.
  • • Aversão à perda – descobriu-se que o indivíduo não é avesso ao risco, mas sim à perda! Existe uma relutância em aceitar perdas, exemplo: o investidor pode ter ações perdedoras em sua carteira, mas ele as mantém esperando que o preço da ação suba. Até mesmo assume mais risco para recuperar sua posição. O efeito é parecido com o de um jogador que mesmo perdendo, continua jogando na esperança de recuperar suas perdas.

Basicamente existem 3 heurísticas, ou processos cognitivos empregados em decisões não racionais, sendo definidas como estratégias que ignoram parte da informação com o objetivo de tornar a escolha mais fácil e rápida:

  • • Ancoragem – tem a ver com alguma informação ou sugestão dada pouco antes da decisão, agindo como um influenciador. Exemplo; são mostrados alguns números para um candidato e em seguida lhe é perguntado algo cuja resposta seja numeral, a probabilidade dessa questão ser respondida com os mesmos números que intencionalmente foi dado pouco antes da pergunta, é gigante.
  • • Representatividade – Tem a ver com influências e acontecimentos do passado, por exemplo: rentabilidade passada de um fundo ou comprar ações de uma empresa pelo apreço especial que se tem por ela. Um grande problema nessa heurística é a tendência de se fazer estimativas de resultados passados que, quando enaltecidos, disparam formação de bolhas especulativas.
  • • Disponibilidade – Tem a ver com memória recente, lembranças ou situações que vem à mente, por exemplo, notícias repetidas de queda da bolsa.

Outro fator muito interessante que podemos verificar nas finanças comportamentais é que nossa relação com a perda é mais acentuada do que com o ganho. A sensação de perder dinheiro nos afeta mais do que a sensação de ganhar dinheiro. Esse efeito está associado ao padrão de crenças em relação ao dinheiro, por isso que cada vez mais é necessário informar-se para criar um novo tipo de relação com suas finanças.

Converso com muitas pessoas que não se sentem merecedoras da riqueza, ou possuem crenças de que riqueza é para poucos, quem ficou rico fez algo errado, o dinheiro é sujo, pessoas ricas são ruins e malandras, etc. Isso tudo são mentiras que estão armazenadas em nosso inconsciente e são usadas todos os dias nas escolhas que fazemos.

Fazer amizade com o seu dinheiro pode te trazer inúmeros benefícios! Comece a prestar atenção nas suas emoções, o que vem à mente, reações imediatas, frases prontas e sensações. No momento em que essas reações são reconhecidas é possível alterá-las para então mudar essa engrenagem de crenças.

Comece hoje mesmo e continue Mariando!

By Maria Carolina Mattos

Mom, I am the rich man

Os valores das gerações passadas foram construídos com base no machismo, no acúmulo de patrimônio, na co-dependência das pessoas, no uso desenfreado dos recursos do planeta e na ignorância sobre o real poder de cada um. Agora vivemos na geração que vem quebrando todas essas correntes, mas ainda precisamos de estrutura e educação para prosseguir nesse caminho.

Eu acredito que a criação dos nossos filhos seja a chave. Nossos filhos serão os futuros políticos, professors, cientistas, influenciadores e formadores de opinião de uma maneira geral. Relações de poder, trabalho, espaço, descobertas e independência devem ser reaprendidos.

Se hoje reclamamos de homens machistas devemos lembrar que eles também são vítimas do próprio machismo alimentado por mulheres e homens. O machismo criou homens para não chorar, não dançar, não sentir, que prover o sustento é a única coisa a se fazer num casamento, não brincar com bonecas, a serem fortes sempre… e por aí vai a lista.

Vivemos essas culturas diariamente sem perceber, vou citar alguns exemplos: Nos almoços de domingo em família, os homens continuam sentados enquanto as mulheres levantam para tirar a mesa, lavar a louça e fazer o café. Outro exemplo é a mulher nunca poder ficar até mais tarde no trabalho porque tem que buscar os filhos na escola ou levá-los ao médico, enquanto os homens focam em suas carreiras em período integral sabendo que a maternidade irá prover tudo para seus filhos. Meninas criadas para arrumarem maridos que possam prover seu sustento e “tranquilidade”na vida.

Mas como quebrar essa roda? As mulheres também querem uma carreira e ter a segurança de que a paternidade será tão ativa quanto a maternidade. Querem tomar cerveja, ganhar dinheiro, viajar e até mesmo escolher não ter filhos.

My mom said to me, ‘You know, sweetheart, you should settle down and marry a rich man,'” “I said, ‘Mom, I am the rich man.'”

-Cher

Ensine sua filha sobre a independência econômica para que ela busque um companheiro e não um patrocinador. Veja esse post sobre carteira de investimentos – um ato de amor. Comece a criar um outro tipo de relacionamento com o dinheiro e ensine isso para sua filha, pois os meninos já são ensinados desde pequenos a serem líderes e empreendedores. O dinheiro é para todos e traz liberdade, criatividade e a possibilidade de investir no que realmente importa. 

Ensine seu filho sobre a independência doméstica para que ele busque uma companheira e não uma empregada. Ensine-o sobre a importância da parceria existente num casamento, que os cuidados pessoais só dizem respeito a ele mesmo, ensine-o a cozinhar e sobre os direitos e deveres iguais entre homens e mulheres. Quem sabe nessa configuração, menos divórcios aconteçam, pois as pessoas estarão juntas porque realmente querem e não porque seja conveniente.

Selecionei aqui alguns nomes de mulheres incríveis que fizeram a diferença na nossa história e se elas fizeram isso em épocas tão difíceis e com tantos obstáculos, imagine o que faremos na era da liberdade feminina #grlpwr #girlpower

Isabel I, também chamada de “A Rainha Virgem”, “Gloriana” ou “Boa Rainha Bess”, foi a Rainha da Inglaterra de 1558 até sua morte e a quinta e última monarca da Casa de Tudor, transformou a Inglaterra numa terra ponderosa e próspera, além de ter escolhido ser solteira. Marie Curie (1867 – 1934) – Física e química polonesa que ficou conhecida por suas contribuições sobre radioatividade. Ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1903 e o Prêmio Nobel de Química de 1911, tornando-se a primeira pessoa a conquistar o Nobel duas vezes e em duas áreas diferentes. Rita Levi-Montalcini (1909 – presente) – Neurologista italiana que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1986 pelos seus estudos sobre o sistema nervoso. Maria Mayer (Física Teórica alemã que ganhou o Prêmio Nobel de Física por suas pesquisas sobre a estrutura do átomo). Rosalind Franklin (1920 – 1958) – Biofísica britânica que foi pioneira em pesquisas de biologia molecular. Ficou conhecida por seu trabalho sobre a difração dos Raios-X; descobriu o formato helicoidal do DNA. Jane Goodall (1934 – presente) – Primatologista e etóloga britânica, conhecida em todo o mundo por suas pesquisas sobre chimpanzés. Rachel Carson (1907 – 1967) – Bióloga americana que revolucionou o movimento conservacionista em todo o mundo e publicou estudos importantíssimos sobre o uso de pesticidas. Mária Telkes (1900 – 1995) – Biofísica húngara que realizou pesquisas sobre energia solar. Ela inventou o gerador e o refrigerador termoelétricos. Barbara McClintock (1902 – 1992) – Cientista e citogeneticista americana que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1983 pela descoberta da transposição genética. Cecilia Payne-Gaposchkin (1900 – 1979) – Astrônoma inglesa que descobriu que as estrelas são compostas principalmente de Hidrogênio e Hélio. Ela estabeleceu uma classificação para os astros de acordo com suas temperaturas. Gertrude Elion (1918 – 1999) – Bioquímica e farmacêutica britânica que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1988 pela criação de novos medicamentos. Elizabeth Blackwell (1821 – 1910) – Física americana que se tornou conhecida por ser a primeira mulher a praticar medicina nos Estados Unidos. Fundou a Universidade Médica da Mulher. Mathilde Krim (1926 – presente) – Citogeneticista italiana que realizou diversos estudos sobre vírus causadores de câncer. Foi a responsável pela fundação da Aids Medical Foundation em 1982, que se tornou a amFar (The Foundation for Aids Research), a principal instituição de pesquisa sobre a síndrome em todo o mundo. Ida Noddack (1896 – 1978) – Química alemã que teve importante papel na descoberta do elemento Rênio. Foi a primeira cientista a propor a ideia de fissão nuclear. Emmy Noether (1882 – 1935) – Física e matemática alemã que realizou importantes pesquisas sobre a Teoria dos Anéis e Álgebra Abstrata. Elaborou o Teorema de Noether, que explica as relações entre simetria e as leis de conservação da física teórica. Christiane Nusslein-Volhard (1942 – presente) – Bióloga alemã que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1995 por suas pesquisas sobre genética embrionária. 

 

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By Maria Carolina Mattos

5 coisas que você precisa saber sobre Fundos de Investimentos

Hei! Dando continuidade sobre nosso assunto de dinheiro, vamos falar hoje de FUNDOS DE INVESTIMENTOS.

Veja aqui o post sobre Títulos Públicos

Vamos às 5 coisas mais importantes que você precisa saber sobre Fundos de Investimentos:

 

1 – O que é um fundo de investimento?

Os fundos de investimentos são aplicações de um conjunto de investidores, chamados de cotistas.

São constituídos como condomínios, podendo ser um condomínio aberto, em que os resgates das cotas podem ser solicitados pelos investidores, de acordo com o regulamento do fundo, ou fechado, em que os resgates acontecem no prazo de vencimento do fundo.

Um fundo de investimentos é dividido em cotas, por isso falamos que quem investe é um cotista (passa a possuir uma fração, uma parte) do fundo. A soma de todas as cotas compradas pelos investidores é o valor do patrimônio total do fundo. A cota é rentabilizada diariamente, por isso ela se altera a cada dia, mas a quantidade de cotas que você possui é sempre a mesma.

 

2 – Quais são os diferentes tipos de fundos de investimento?

Existem diferentes tipos de fundos de investimentos, como de ações, de renda fixa, cambiais e multimercados. Cada um deles investe de acordo com certas regras determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em sua Instrução n.º 555/2014, que estipulam limites mínimos e máximos para aplicação em determinados ativos e derivativos.

Fundos de Ações:  são compostos principalmente por ativos de renda variável, ações à vista, certificados de depósito de ações, bônus ou recibos de subscrição, cotas dos fundos de índice de ações, cotas de fundos de ações e Brazilian Depositary. Devem ter, no mínimo, 67% da carteira nessas aplicações.

Fundos de Renda Fixa: Possuem percentual (80%, em geral) pré-determinado de investimentos em aplicações de renda fixa (títulos do tesouro, CDB pré-fixado, entre outros).

Fundos Multimercados: Esse tipo de fundo não possui o compromisso de concentração em nenhum fator em especial. Podem investir em ativos de diferentes mercados como, renda fixa, câmbio, ações, entre outros. Enquanto alguns multimercados dão preferência a ativos de menor risco na composição de sua carteira, outros preferem arriscar um pouco mais para obter melhores retornos.

Fundos Cambiais: Nesse tipo de fundo, 80% dos recursos devem ser aplicados em moeda estrangeira. Ou seja, a maior parte do dinheiro precisa estar atrelada à variação de dólar ou euro.

 

3 – Quem faz a gestão de um fundo de investimento?

Um gestor de fundos de investimentos. Ele tem a responsabilidade de estudar o mercado, fazer análises e acompanhamentos de todos os ativos do mercado, pra assim, estabelecer qual ativo trará o melhor retorno para o fundo gerido.

 

4 – O que é Benchmark?

É uma referência de mercado para que o investidor possa acompanhar o desempenho do seu investimento. Um exemplo para fundo de ações é o Ibovespa e para um fundo de renda fixa, o CDI. Ou seja, o quanto os fundos em questão estão acompanhando esses benchmarks (referências). Se estão abaixo ou acima do benchmarck.

 

5 – O que são Come – Cotas?

É a tributação dos fundos de investimentos. Come-cotas é o nome que se dá para uma antecipação no recolhimento do Imposto de Renda. Ele existe para todos os investidores que aplicam em fundos classificados como de longo prazo ou curto prazo, como os cambiais, renda fixa e multimercados.

Nesses fundos, há cobrança de imposto sobre todos os rendimentos. Segue-se uma tabela regressiva conforme o tempo de aplicação.

Fundos de Curto Prazo

  • 22,5% em aplicações que permanecem por até 180 dias
  • 20,0% em aplicações que permanecem 181 dias ou mais.

Fundos de Longo Prazo

  • 22,5% em aplicações que permanecem por até 180 dias
  • 20,0% em aplicações que permanecem de 181 dias a 360 dias
  • 17,5% em aplicações que permanecem de 361 dias a 720 dias
  • 15,0% em aplicações que permanecem por 721 dias ou mais.

A cada seis meses, no último dia de maio e no último dia de novembro, há uma redução no número de cotas, equivalente ao percentual do imposto sobre os rendimentos.

 

E aí, bora começar?

 

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Carteira de Investimentos. Um ato de amor.

Minha filha completou 15 anos em 2019 e pensei nas coisas lindas que a idade traz e todo seu glamour. Tradicionalmente é um rito de passagem, quando a menina se torna mulher e eu, como mãe, encaro de frente uma nova fase. Então, o que seria um bom presente de 15 anos?

O que deixaria minha filha feliz para comemorar a passagem desse bastão? Uma festa, uma viagem, quem sabe uma jóia?

Enfim, mil coisas vieram à minha mente e meu coração palpitou com a ideia dela receber qualquer um desses presentes, mesmo porque eu não tive nenhum deles nos meus quinze anos e queria saber qual seria a sensação de recebê-los.
No entanto, refleti que não tenho mais quinze anos e meu papel não é sentir meu coração palpitar por presentes que não tive, mas sim de ser mãe.

Ser mãe é diferente de ter filhos. Meu job aqui é criar um ser humano que possa somar à sociedade.

Ser mãe é diferente de ter filhos. Meu job aqui é educar um ser humano que possa somar à sociedade e que seja um multiplicador de bons valores e exemplos. Que tenha senso de protagonismo de vida, gestão emocional, gestão financeira, educação, respeito, senso de comunidade, colaboração, ambição, paixão por tudo que se propor a fazer e que se torne uma mulher que inspire outras mulheres. Para atingir todos esses objetivos, é necessário um propósito, alegria, gratidão, organização, disciplina, planejamento e dizer não à tudo que te desvie desse caminho.

O dinheiro também exerce um papel muito importante na evolução das pessoas: acesso à boa educação, viagens, tecnologia, cultura, tranquilidade emocional para tomar melhores decisões, espaço para criatividade, pensar fora da caixa, sair da vitimização, tomar riscos, etc.

Temos o hábito cultural de romantizar a pobreza, quando na verdade ela não nos traz nenhum benefício na evolução de uma sociedade. Quando falo isso, pode parecer frio, mas confundimos o pobre com a pobreza, porém são coisas completamente diferentes. A quantidade de dinheiro não determina a riqueza de uma pessoa, ela pode gerar milhões, que quando mal empregados, geram ainda mais pobreza ao seu redor.

Riqueza está associada à capacidade de gerenciar recursos para colocar em prática um plano de vida, por isso insisto na ação, na preparação e na educação da minha filha, para que ela toque outras pessoas, alcance seus objetivos, multiplique ideias e seja um agente transformador.

Presente de 15 anos: o que uma mãe pode querer para um filho?

Traduzi tudo isso em um presente: uma carteira de investimentos como um ato de amor.

Desde 2019, minha filha aprendeu a acompanhar o que acontecia na economia, como seu dinheiro rendia, porquê às vezes não rendia como o esperado e, nesses momentos, controlar o emocional fez toda a diferença. Como uma reserva de oportunidade faz diferença em momentos de indecisão (gerenciamento de risco), assim como um objetivo de longo prazo pode dar mais sentido pra vida e tantos outros motivos para começar aos 15 anos, gerenciar o próprio dinheiro e o próprio futuro.

Escolhi a *Magnetis para montar essa carteira de investimentos, não só porque é onde eu trabalho e dedico muito amor, mas porque eu confio. Os valores da Magnetis são meus valores e eu os aplico em todos os aspectos da minha vida.

Hoje, com 16 anos, minha filha dobrou seu patrimônio (literalmente), fez depósitos mensais que são possíveis para qualquer pessoa e já tem um objetivo muito claro com seu dinheiro.

Eu dei à ela, como presente de quinze anos, um senso de possibilidades, o poder de tangibilizar sonhos e o cultivo do amor próprio.

Ela tem as ferramentas, agora ela mesma pode conseguir o que quiser na vida. Este é o melhor presente que você pode dar a um filho. É um ato de amor.

*Magnetis é uma gestora de recursos e uma startup de investimentos (fintech)

 

By Maria Carolina Mattos

Tesouro Direto. Good start!

Chega mais. Vamos falar de investimentos?

Falamos aqui no blog sobre como começar a guardar dinheiro, dá uma olhada aqui, porém agora vamos evoluir e fazer esse dinheiro trabalhar pra você. Gostou né?

Tá. Como fazer isso? Existem muitas opções, mas vou falar aqui de um instrumento de investimento mais acessível pra você começar a se familiarizar. Mas lembre-se que você não precisa virar um especialista, você pode apenas surfar no assunto, pois hoje em dia existem muitos lugares através do qual você pode investir que já fará o trabalho de escolher o melhor investimento pra vc. Existe também bastante material instrutivo sobre o assunto na internet para te ajudar.

Primeiro passo? Escolha uma corretora de sua confiança e faça seu cadastro.

Hoje o tópico será Tesouro Direto.

Depois de feito cadastro numa corretora escolhida, você receberá uma senha provisória do site do Tesouro Direto no seu email, troque a senha e comece a navegar. O site é bem completo, cheio de informações e vídeos. É um programa do governo feito especialmente para pessoas físicas.

Mas o que é o Tesouro Direto? São títulos de dívidas que o Governo tem com você, ou seja, comprando um título público, você empresta dinheiro ao governo para financiar vários projetos e ele paga esse dinheiro de volta num determinado tempo, mais os juros pré fixados ou pós fixados do período. Os títulos que existem disponíveis são:

Clique em cada um pra ficar craque:
 

 

 
Sabe qual a melhor parte? Você consegue investir no Tesouro Direto com apenas 30 reais!
Bem simples né? Que tal começar hoje?
Continue Mariando!

Previdência – Descubra porque você precisa da sua pra ontem!

A aposentadoria pode ser um momento delicado nas finanças do trabalhador, principalmente porque o valor pago pelo INSS pode impedir o mesmo padrão de vida anterior.

Por este motivo, aumenta a procura dos jovens pela Previdência Privada, mas para isso precisamos entender um pouco sobre nosso histórico demográfico do nosso país.

Ao longo dos últimos dois séculos, diversos países passaram ou estão passando por uma transição demográfica. Esta transição teve inicialmente como seu principal componente a redução da mortalidade infantil, seguido de um aumento da duração de vida da população adulta.

Estes dois fatores elevaram a taxa de crescimento das populações. Este fenômeno não ocorreu no mesmo período para todos os países e regiões do mundo, mas onde ocorreu, produziu o chamado “Baby Boom”, ou seja, o nascimento em um período de duas dezenas de anos de um número excepcional de crianças.

A segunda parte deste fenômeno correspondeu à redução da taxa de fertilidade, ou seja, de redução do numero médio de filhos por mulher em idade de reprodução. A partir deste ponto, a velocidade de crescimento da população começou a diminuir, consequentemente esgotou-se o processo que gerou o “Baby Boom”.

A partir deste ponto temos diversas situações interessantes:

Em alguns países a taxa de fertilidade caiu tanto que já não há reposição da população, ou seja, já há ou haverá em um futuro próximo redução da população. Exemplos de países são o Japão e a Rússia.
Com a elevação da duração da vida haverá cada vez mais um número maior de pessoas idosas.
Com a redução da velocidade de reposição haverá um número menor de crianças com a consequente redução de pessoas em idade produtiva.

As consequências gerais previstas são:

  • Aumento dos custos com cuidados com a saúde devido ao maior número de idosos.
  • Aumento dos gastos com aposentadorias devido ao maior número de aposentados.
  • Redução do número de pessoas ativas no mercado de trabalho.
  • No caso do Brasil haveria um tempo maior para os ajustes necessários, exceto pelo fato de que os aposentados do setor público já tornaram inviável o sistema brasileiro de financiamento das aposentadorias.O que isso quer dizer? Quer dizer que se o governo não fizer um planejamento eficaz em relação à previdência, num futuro próximo pode não haver dinheiro suficiente para pagar a aposentadoria de todos. O grupo produtivo está diminuindo.

Outro dado interessante é que, hoje, mais de 40% das propostas de previdência privada são para o sexo feminino. Com o aumento da renda, crescimento profissional e instabilidade na união conjugal, as mulheres estão cada vez mais preocupadas com o futuro delas e de seus filhos.

Na hora de fechar uma previdência privada devemos ter cuidado, pois nem sempre as simulações que nos são apresentadas refletem a realidade do mercado.

By Maria Carolina Mattos

PGBL ou VGBL? Eis a questão.

Já falei aqui no blog sobre previdência privada e sua importância veja aqui, e na hora de fechar a sua, tenha em mente alguns cuidados, pois nem sempre as simulações que nos são apresentadas são reais.

Os bancos adoram florear a venda da previdência privada falando sobre seu futuro e sua segurança na terceira idade de uma maneira que você se rende e nem percebe o que está comprando.

Outro fator importante é que em qualquer site de previdência ou até mesmo no banco, a taxa de rentabilidade média que é utilizada para fazer a simulação pode ser mais alta do que a realidade de mercado. Fique de olho nisso para não ter nenhuma surpresa no futuro!

Você sabe a diferença entre PGBL e VGBL?

PGBL – Ideal para quem declara o IR pelo modelo completo e contribui para o INSS. Permite o benefício fiscal na declaração de imposto de renda. Os valores investidos no plano podem abater até o limite de 12% da base de cálculo. No momento do resgate o IR incide sobre o valor total resgatado.

VGBL – Ideal para quem é isento ou declara o IR pelo modelo simplificado. Também para quem deseja aplicar mais de 12% da sua Renda Bruta em Previdência, ou apenas diversificar investimentos. Os valores investidos no plano não são dedutíveis do Imposto de Renda. No momento do resgate o IR incide apenas sobre os rendimentos. As contribuições realizadas não são tributadas.

Veja como é a tributação desse tipo de investimento:

Tabela Progressiva: Alíquota única de 15% a título de antecipação, com ajuste a maior ou a menor na Declaração do IR. Essa tabela é ideal para quem pretende realizar o resgate do dinheiro investido antes do prazo da aposentadoria.

Tabela Regressiva: Alíquota inicia-se com 35% nos primeiros 2 anos e pode chegar até 10% após 10 anos de permanência no plano. Essa tabela é ideal para quem optar por deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, ou quem quer se aposentar com no mínimo dez anos de contribuição.

Gostaram da informação?

By Maria Carolina Mattos

Vantagens e desvantagens de uma previdência privada

Vou falar agora neste post, as vantagens e desvantagens de uma previdência privada.

Se quiser saber mais sobre tributação, tipos de previdência e sobre a importância de fazer uma previdência, leia esses 2 posts.

Vamos cavar mais fundo então para tomar a melhor decisão…

Vantagens:

  • É um investimento criado para auxiliar às pessoas na hora de se aposentarem, é considerado de longo prazo, para além de 10 anos.
  • Na contratação do plano de previdência privada, a pessoa pode optar por serem feitas retiradas automáticas de sua conta e essas serem investidas diretamente na sua previdência, essa é uma alternativa muito boa para quem não consegue poupar por vontade própria.
  • Outra vantagem é a alíquota de IR ser de 10% (no caso de regressiva) de você honrar o investimentos por mais de 10 anos
  • Ainda temos a vantagem de poder “mixar” os investimentos dentro de um plano de previdência, como assim? Hoje em dia é comum alguns planos investirem parte do dinheiro em renda fixa, parte no mercado de ações, mas sempre com o consentimento de quem está aplicando. Existe o limite de 49% para aplicações no mercado de ações, você toma um pouco mais de risco, mas os rendimentos são melhores.

Desvantagens:

  • Sobre os depósitos mensais realizados é cobrada uma taxa chamada de taxa de carregamento. Essa taxa é cobrada pelos bancos para cobrir os gastos com vendas dos planos e incide sobre o valor aplicado. Esta taxa de carregamento pode ser negociada dependendo do valor a ser aplicado e ela ainda pode diminuir com o tempo.
  • Ao mesmo tempo que a alíquota de IR é uma das mais baixas do mercado para aplicações com mais de 10 anos (10%) é também a mais alta se for feita alguma retirada antes de 2 anos (35%), se você optar por uma tabela regressiva.
  • Usar a previdência privada como um investimento de curto prazo.
  • Pouca transparência dependendo de onde fechar o investimento

By Maria Carolina Mattos

Inflação! Sei que me atinge, mas como?

Ouvimos o tempo todo nos noticiários obre a reunião do COPOM, a taxa básica de juros e inflação. Mas como tudo isso interfere na sua vida?

A inflação se caracteriza pela elevação persistente dos preços, que resulta na perda do poder de compra das pessoas. Na prática, ela faz com que o nosso dinheiro tenha menos valor.

Quer um exemplo de como a inflação reage?

Se em janeiro você levar para casa 10 kg de carne pagando R$ 100 e a inflação no ano for de 10%, significa que em dezembro você vai comprar somente 9 kg com o mesmo montante.

Quando as pessoas consomem mais, os produtos ficam menos disponíveis, o que leva ao encarecimento do mesmo.

Isso forma a chamada espiral inflacionária. É aí que o cenário se complica, pois uma vez instalada, a inflação adquire autonomia e se auto alimenta pelo efeito em cadeia, um aumento leva a outro e fica muito difícil de controlar.

O Brasil possui um sistema de metas para inflação que foi instituído em junho de 1999 pelo Banco Central (BC). O indicador considerado para medir a inflação é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse índice é medido como um reflexo do custo de vida de famílias que possuem renda entre 1 e 40 salários mínimos, com base em 9 regiões metropolitanas do país.

Para manter o nível de inflação esperado, que hoje está em torno de 4,5% a.a., o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic. Por isso que para conter a inflação, aumenta-se a taxa de juros do país (Selic).

Vamos entender antes o que é a Selic…

A Selic é a taxa básica de juros da economia no Brasil, utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. A sigla Selic é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

Ela determina o nível de consumo do país e, portanto, influencia os juros de todas as operações na economia. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas.

E por que o governo aumenta a Selic?

Aumenta-se a Selic para desacelerar o consumo. Lembra que eu falei que consumindo mais, os preços dos produtos aumentam? Então, subindo a taxa de juros do país, o consumo diminui, consequentemente os preços caem. Essa manobra reflete diretamente na queda da inflação.

É a lei da oferta e da procura.

Devemos lembrar também que aumentando os juros, as empresas funcionam abaixo de suas expectativas e diminui-se a empregabilidade da população, o que ocasiona a redução de renda das famílias, levando-as a consumir ainda menos.

Por isso não é tão fácil quanto parece, pelo contrário. Porém agora, cada vez que ouvir no noticiário sobre qualquer um desses temas, terá uma ideia de como sua vida será afetada.

 

By Maria Carolina Mattos

Os juros caíram. E agora?

Os juros estão caindo no Brasil. Agora, pela primeira vez em quase quatro anos a taxa básica de juros (Selic) voltará a ter apenas um dígito.

Investidores ou não, todos deveríamos ficar de olho nessa taxa. Por quê? Como o próprio nome diz, ela é a taxa básica da nossa economia. Serve de referência para tudo: empréstimos, financiamentos, investimentos, até sobre a poupança ela tem impacto.

Por que os juros sobem? Por que caem?

No Brasil temos um sistema chamado de meta de inflação. Ninguém gosta de inflação: aumentos muito frequentes de preços dificultam a nossa vida, fazem os salários valerem menos, acabam levando a gente a perder a referência do que está caro ou barato, de quanto as coisas realmente valem. Por isso, o governo procura manter a inflação sob controle. Como? Um dos motivos que fazem os preços aumentarem é uma procura muito grande por produtos. Se muita gente quer comprar uma coisa, é natural que o preço suba. É o que os economistas chamam de lei de oferta e procura. Então, se uma economia está crescendo muito rápido, com baixo desemprego, todo mundo com dinheiro para gastar, os preços tendem a subir. Se a economia está mal, com muita gente sem ocupação e com orçamento apertado, os preços tendem a cair ou ficarem estáveis.

Então, o segredo para o governo manter a inflação sob controle é ficar de olho em como a economia está crescendo e tentar controlar esse crescimento. Como? Subindo ou reduzindo a taxa de juros.

O que está acontecendo agora no Brasil? Estamos ainda numa crise, embora respirando um pouco melhor, mas muita gente ainda está desempregada, empresas fechando, consumo baixo, preços estáveis ou caindo. O Banco Central está reduzindo os juros. E todos nós estamos menos preocupados com a inflação, e mais preocupados em ver nossa economia crescer. Os juros mais baixos ajudam nisso.

 

Falando de investimentos, veja como a taxa de juros pode influenciar seus rendimentos:

Seu dinheiro está investido em Renda Fixa?

A renda fixa não é fixa. Isso significa que ela não tem um rendimento certo. Mas por que tem esse nome? Porque a regra da remuneração é conhecida no momento da aplicação. Funciona assim: Um título de renda fixa é um título de dívida. Você “empresta” seu dinheiro para alguém (governo, bancos ou empresas), que se compromete a devolvê-lo num determinado prazo e com uma certa remuneração. Isso é fixo e garantido! E você conhece as condições em que receberá o seu dinheiro de volta: ele pode vir acrescido de uma taxa fixa estabelecida no ato da compra; ou de uma parte fixa e outra variável. Entre os investimentos em renda fixa estão títulos públicos (Tesouro Direto), títulos privados (debêntures) e ativos bancários, como CDB (Certificado de Depósito Bancário) ou letras de crédito. Com a queda da taxa de juros, estes investimentos são impactados porque o rendimento deles é, pelo menos em parte, atrelado à Selic.

Se o papel promete pagar 100% da Selic ou do CDI, ele oferecerá uma remuneração menor à medida que a taxa básica de juros cair. O CDI é a taxa que baliza os empréstimos entre bancos (isso mesmo! As instituições emprestam dinheiro umas às outras o tempo todo). A taxa acompanha as condições do mercado e segue de perto a variação da Selic. Então, se a Selic cai, o CDI acompanha.

E se o dinheiro estiver na caderneta de poupança?

É provável que você tenha aprendido que a poupança rende mais ou menos 0,5% ao mês. Mas quando a taxa Selic fica igual ou menor que 8,5% ao ano, a forma de remuneração muda. O investidor passa a receber 70% da Selic, mais a variação da TR, que é uma taxa calculada, entre outras coisas, a partir da ponderação das taxas de juros dos CDBs. Então, se a Selic cai, a TR também cai. Com isso, o retorno da caderneta fica menor.

Como as ações são influenciadas?

Nelas, o impacto da queda da taxa de juros é indireto. Quando uma pessoa compra ações, se torna sócia da empresa. Uma empresa tende a se beneficiar da queda na taxa de juros, pois ela terá melhores condições para se financiar e isso pode impulsionar seus investimentos, fazendo-a crescer. Num ambiente com juros menores, há mais consumo e isso também é um fator que impulsiona a economia e estimula as empresas a produzirem mais. Isso pode levar as ações daquela empresa que você é sócio a se valorizarem. Não é regra, porque não é só essa variável que faz o preço de uma ação subir ou descer, mas em linhas gerais, a queda de juros é boa para o mercado de ações.

Deu para perceber que a mudança da taxa Selic impacta muita coisa na economia e reflete diretamente sobre o consumo, a inflação e seus investimentos.

Espero ter ajudado a entender um pouco mais sobre este indicador e sua importância!

By Maria Carolina Mattos