Teoria da perspectiva – Eu não sabia que fazia isso

Por que decidimos “como” decidimos? Qual o padrão do nosso consumo? Por que tomamos certas decisões de compra que não parecem ser as mais racionais, mas mesmo assim tomamos? E em relação aos investimentos, qual o nosso comportamento? Boicote? Imediatismo? Por que não poupamos? Porque temos dificuldade de chegar até o final de um objetivo de investimento? Até onde vai nosso “estômago” para risco?

Uau! São muitas perguntas que dois ilustres cientistas fizeram e nos ajudaram a entender, o que hoje, conhecemos como finanças comportamentais.  À partir dos anos 90 as premissas da teoria das finanças modernas começaram a ser mais questionadas, indo por um caminho aonde novas teorias de irracionalidade considerando o ser humano como suscetível a cometer erros, agindo frequentemente por impulsos irracionais” e “passionais” no processo decisório, começam a tomar forma.

Daniel Kahneman e Amos Tversky ganharam o prêmio nobel de economia por toda incrível descoberta das finanças comportametais. O que deveríamos saber a respeito de como a psicologia afeta a economia e, sobretudo, as decisões financeiras?

Na teoria moderna de finanças, que nasceu na metade do século 20, eram assumidos 3 características principais de investidores:

  • São avessos ao risco
  • Expectativas racionais
  • Integração dos investimentos (a rentabilidade de todos os ativos juntos)

Já as finanças comportamentais assumem as seguintes características de investidores:

  • São avessos à perda
  • Operam sob racionalidade limitada
  • • Segregam seus investimentos (rentabilidade isolada de cada ativo, sem compreender os benefícios da diversificação)

Kahneman e Tversky fizeram alguns experimentos e notaram que as pessoas aceleravam o processo decisório simplificando a tomada de decisão, ao invés de buscar mais informações para tal decisão em condições de incertezas. Isso ocorre porque as pessoas se baseiam num número limitado de princípios heurísticos ou regras de bolso, para simplificar o processo.

Podemos verificar alguns comportamentos típicos de investidores:

  • • Efeito disposição – maior propensão a vender ativos com retornos positivos do que aqueles com desempenho negativo.
  • • Status Quo – alguns investidores preferem manter a situação em que se encontram do que efetuar qualquer mudança, mesmo que esse movimento implique em maiores ganhos.
  • • Movimento manada – tomada de decisão que os demais estão tomando, escolhe-se conforme outras opiniões. Isso acontece quando o investidor tem pouca ou nenhuma informação, o que é muito comum para quem nunca investiu e tem vergonha de perguntar.
  • • Framing – a forma como uma situação é apresentada pode fazer toda diferença, exemplo: sabemos que um fundo tem 50% de chances de performar e 50% de chance de não performar. Se eu simplesmente não disser nada sobre o fato do fundo ter 50% de chances de perder, a informação será percebida positivamente e influenciará na tomada de decisão.
  • • Desconto hiperbólico – é uma tendência irracional do ser humano em viver o agora e pagar depois, por isso parcelamos tanto, ou no âmbito de investimentos, o investidor recompensas rápidas, exemplo: eu tenho dois projetos – (1) possui benefícios maiores no longo prazo, porém com recebíveis mais lentos e (2) com recebíveis maiores inicialmente, porém os ganhos no total do projeto são menores, o investidor escolherá a opção com ganhos maiores imediatos.
  • • Excesso de confiança – pessoas tendem a colocar muita confiança em sua habilidade de previsão, exemplo: investidores que giram suas carteiras o tempo todo para pegar carona à alguma ótima oportunidade de mercado, geralmente tem a sensação ilusória de ganho. Isso porque girar a carteira tem um custo alto (corretagem, IR) e no saldo final podem até supercar o benchmark, mas o ganho líquido fica aquém de seu esforço.
  • • Aversão à perda – descobriu-se que o indivíduo não é avesso ao risco, mas sim à perda! Existe uma relutância em aceitar perdas, exemplo: o investidor pode ter ações perdedoras em sua carteira, mas ele as mantém esperando que o preço da ação suba. Até mesmo assume mais risco para recuperar sua posição. O efeito é parecido com o de um jogador que mesmo perdendo, continua jogando na esperança de recuperar suas perdas.

Basicamente existem 3 heurísticas, ou processos cognitivos empregados em decisões não racionais, sendo definidas como estratégias que ignoram parte da informação com o objetivo de tornar a escolha mais fácil e rápida:

  • • Ancoragem – tem a ver com alguma informação ou sugestão dada pouco antes da decisão, agindo como um influenciador. Exemplo; são mostrados alguns números para um candidato e em seguida lhe é perguntado algo cuja resposta seja numeral, a probabilidade dessa questão ser respondida com os mesmos números que intencionalmente foi dado pouco antes da pergunta, é gigante.
  • • Representatividade – Tem a ver com influências e acontecimentos do passado, por exemplo: rentabilidade passada de um fundo ou comprar ações de uma empresa pelo apreço especial que se tem por ela. Um grande problema nessa heurística é a tendência de se fazer estimativas de resultados passados que, quando enaltecidos, disparam formação de bolhas especulativas.
  • • Disponibilidade – Tem a ver com memória recente, lembranças ou situações que vem à mente, por exemplo, notícias repetidas de queda da bolsa.

Outro fator muito interessante que podemos verificar nas finanças comportamentais é que nossa relação com a perda é mais acentuada do que com o ganho. A sensação de perder dinheiro nos afeta mais do que a sensação de ganhar dinheiro. Esse efeito está associado ao padrão de crenças em relação ao dinheiro, por isso que cada vez mais é necessário informar-se para criar um novo tipo de relação com suas finanças.

Converso com muitas pessoas que não se sentem merecedoras da riqueza, ou possuem crenças de que riqueza é para poucos, quem ficou rico fez algo errado, o dinheiro é sujo, pessoas ricas são ruins e malandras, etc. Isso tudo são mentiras que estão armazenadas em nosso inconsciente e são usadas todos os dias nas escolhas que fazemos.

Fazer amizade com o seu dinheiro pode te trazer inúmeros benefícios! Comece a prestar atenção nas suas emoções, o que vem à mente, reações imediatas, frases prontas e sensações. No momento em que essas reações são reconhecidas é possível alterá-las para então mudar essa engrenagem de crenças.

Comece hoje mesmo e continue Mariando!

By Maria Carolina Mattos

Carteira de Investimentos. Um ato de amor.

Minha filha completou 15 anos em 2019 e pensei nas coisas lindas que a idade traz e todo seu glamour. Tradicionalmente é um rito de passagem, quando a menina se torna mulher e eu, como mãe, encaro de frente uma nova fase. Então, o que seria um bom presente de 15 anos?

O que deixaria minha filha feliz para comemorar a passagem desse bastão? Uma festa, uma viagem, quem sabe uma jóia?

Enfim, mil coisas vieram à minha mente e meu coração palpitou com a ideia dela receber qualquer um desses presentes, mesmo porque eu não tive nenhum deles nos meus quinze anos e queria saber qual seria a sensação de recebê-los.
No entanto, refleti que não tenho mais quinze anos e meu papel não é sentir meu coração palpitar por presentes que não tive, mas sim de ser mãe.

Ser mãe é diferente de ter filhos. Meu job aqui é criar um ser humano que possa somar à sociedade.

Ser mãe é diferente de ter filhos. Meu job aqui é educar um ser humano que possa somar à sociedade e que seja um multiplicador de bons valores e exemplos. Que tenha senso de protagonismo de vida, gestão emocional, gestão financeira, educação, respeito, senso de comunidade, colaboração, ambição, paixão por tudo que se propor a fazer e que se torne uma mulher que inspire outras mulheres. Para atingir todos esses objetivos, é necessário um propósito, alegria, gratidão, organização, disciplina, planejamento e dizer não à tudo que te desvie desse caminho.

O dinheiro também exerce um papel muito importante na evolução das pessoas: acesso à boa educação, viagens, tecnologia, cultura, tranquilidade emocional para tomar melhores decisões, espaço para criatividade, pensar fora da caixa, sair da vitimização, tomar riscos, etc.

Temos o hábito cultural de romantizar a pobreza, quando na verdade ela não nos traz nenhum benefício na evolução de uma sociedade. Quando falo isso, pode parecer frio, mas confundimos o pobre com a pobreza, porém são coisas completamente diferentes. A quantidade de dinheiro não determina a riqueza de uma pessoa, ela pode gerar milhões, que quando mal empregados, geram ainda mais pobreza ao seu redor.

Riqueza está associada à capacidade de gerenciar recursos para colocar em prática um plano de vida, por isso insisto na ação, na preparação e na educação da minha filha, para que ela toque outras pessoas, alcance seus objetivos, multiplique ideias e seja um agente transformador.

Presente de 15 anos: o que uma mãe pode querer para um filho?

Traduzi tudo isso em um presente: uma carteira de investimentos como um ato de amor.

Desde 2019, minha filha aprendeu a acompanhar o que acontecia na economia, como seu dinheiro rendia, porquê às vezes não rendia como o esperado e, nesses momentos, controlar o emocional fez toda a diferença. Como uma reserva de oportunidade faz diferença em momentos de indecisão (gerenciamento de risco), assim como um objetivo de longo prazo pode dar mais sentido pra vida e tantos outros motivos para começar aos 15 anos, gerenciar o próprio dinheiro e o próprio futuro.

Escolhi a *Magnetis para montar essa carteira de investimentos, não só porque é onde eu trabalho e dedico muito amor, mas porque eu confio. Os valores da Magnetis são meus valores e eu os aplico em todos os aspectos da minha vida.

Hoje, com 16 anos, minha filha dobrou seu patrimônio (literalmente), fez depósitos mensais que são possíveis para qualquer pessoa e já tem um objetivo muito claro com seu dinheiro.

Eu dei à ela, como presente de quinze anos, um senso de possibilidades, o poder de tangibilizar sonhos e o cultivo do amor próprio.

Ela tem as ferramentas, agora ela mesma pode conseguir o que quiser na vida. Este é o melhor presente que você pode dar a um filho. É um ato de amor.

*Magnetis é uma gestora de recursos e uma startup de investimentos (fintech)

 

By Maria Carolina Mattos