Teoria da perspectiva – Eu não sabia que fazia isso

Por que decidimos “como” decidimos? Qual o padrão do nosso consumo? Por que tomamos certas decisões de compra que não parecem ser as mais racionais, mas mesmo assim tomamos? E em relação aos investimentos, qual o nosso comportamento? Boicote? Imediatismo? Por que não poupamos? Porque temos dificuldade de chegar até o final de um objetivo de investimento? Até onde vai nosso “estômago” para risco?

Uau! São muitas perguntas que dois ilustres cientistas fizeram e nos ajudaram a entender, o que hoje, conhecemos como finanças comportamentais.  À partir dos anos 90 as premissas da teoria das finanças modernas começaram a ser mais questionadas, indo por um caminho aonde novas teorias de irracionalidade considerando o ser humano como suscetível a cometer erros, agindo frequentemente por impulsos irracionais” e “passionais” no processo decisório, começam a tomar forma.

Daniel Kahneman e Amos Tversky ganharam o prêmio nobel de economia por toda incrível descoberta das finanças comportametais. O que deveríamos saber a respeito de como a psicologia afeta a economia e, sobretudo, as decisões financeiras?

Na teoria moderna de finanças, que nasceu na metade do século 20, eram assumidos 3 características principais de investidores:

  • São avessos ao risco
  • Expectativas racionais
  • Integração dos investimentos (a rentabilidade de todos os ativos juntos)

Já as finanças comportamentais assumem as seguintes características de investidores:

  • São avessos à perda
  • Operam sob racionalidade limitada
  • • Segregam seus investimentos (rentabilidade isolada de cada ativo, sem compreender os benefícios da diversificação)

Kahneman e Tversky fizeram alguns experimentos e notaram que as pessoas aceleravam o processo decisório simplificando a tomada de decisão, ao invés de buscar mais informações para tal decisão em condições de incertezas. Isso ocorre porque as pessoas se baseiam num número limitado de princípios heurísticos ou regras de bolso, para simplificar o processo.

Podemos verificar alguns comportamentos típicos de investidores:

  • • Efeito disposição – maior propensão a vender ativos com retornos positivos do que aqueles com desempenho negativo.
  • • Status Quo – alguns investidores preferem manter a situação em que se encontram do que efetuar qualquer mudança, mesmo que esse movimento implique em maiores ganhos.
  • • Movimento manada – tomada de decisão que os demais estão tomando, escolhe-se conforme outras opiniões. Isso acontece quando o investidor tem pouca ou nenhuma informação, o que é muito comum para quem nunca investiu e tem vergonha de perguntar.
  • • Framing – a forma como uma situação é apresentada pode fazer toda diferença, exemplo: sabemos que um fundo tem 50% de chances de performar e 50% de chance de não performar. Se eu simplesmente não disser nada sobre o fato do fundo ter 50% de chances de perder, a informação será percebida positivamente e influenciará na tomada de decisão.
  • • Desconto hiperbólico – é uma tendência irracional do ser humano em viver o agora e pagar depois, por isso parcelamos tanto, ou no âmbito de investimentos, o investidor recompensas rápidas, exemplo: eu tenho dois projetos – (1) possui benefícios maiores no longo prazo, porém com recebíveis mais lentos e (2) com recebíveis maiores inicialmente, porém os ganhos no total do projeto são menores, o investidor escolherá a opção com ganhos maiores imediatos.
  • • Excesso de confiança – pessoas tendem a colocar muita confiança em sua habilidade de previsão, exemplo: investidores que giram suas carteiras o tempo todo para pegar carona à alguma ótima oportunidade de mercado, geralmente tem a sensação ilusória de ganho. Isso porque girar a carteira tem um custo alto (corretagem, IR) e no saldo final podem até supercar o benchmark, mas o ganho líquido fica aquém de seu esforço.
  • • Aversão à perda – descobriu-se que o indivíduo não é avesso ao risco, mas sim à perda! Existe uma relutância em aceitar perdas, exemplo: o investidor pode ter ações perdedoras em sua carteira, mas ele as mantém esperando que o preço da ação suba. Até mesmo assume mais risco para recuperar sua posição. O efeito é parecido com o de um jogador que mesmo perdendo, continua jogando na esperança de recuperar suas perdas.

Basicamente existem 3 heurísticas, ou processos cognitivos empregados em decisões não racionais, sendo definidas como estratégias que ignoram parte da informação com o objetivo de tornar a escolha mais fácil e rápida:

  • • Ancoragem – tem a ver com alguma informação ou sugestão dada pouco antes da decisão, agindo como um influenciador. Exemplo; são mostrados alguns números para um candidato e em seguida lhe é perguntado algo cuja resposta seja numeral, a probabilidade dessa questão ser respondida com os mesmos números que intencionalmente foi dado pouco antes da pergunta, é gigante.
  • • Representatividade – Tem a ver com influências e acontecimentos do passado, por exemplo: rentabilidade passada de um fundo ou comprar ações de uma empresa pelo apreço especial que se tem por ela. Um grande problema nessa heurística é a tendência de se fazer estimativas de resultados passados que, quando enaltecidos, disparam formação de bolhas especulativas.
  • • Disponibilidade – Tem a ver com memória recente, lembranças ou situações que vem à mente, por exemplo, notícias repetidas de queda da bolsa.

Outro fator muito interessante que podemos verificar nas finanças comportamentais é que nossa relação com a perda é mais acentuada do que com o ganho. A sensação de perder dinheiro nos afeta mais do que a sensação de ganhar dinheiro. Esse efeito está associado ao padrão de crenças em relação ao dinheiro, por isso que cada vez mais é necessário informar-se para criar um novo tipo de relação com suas finanças.

Converso com muitas pessoas que não se sentem merecedoras da riqueza, ou possuem crenças de que riqueza é para poucos, quem ficou rico fez algo errado, o dinheiro é sujo, pessoas ricas são ruins e malandras, etc. Isso tudo são mentiras que estão armazenadas em nosso inconsciente e são usadas todos os dias nas escolhas que fazemos.

Fazer amizade com o seu dinheiro pode te trazer inúmeros benefícios! Comece a prestar atenção nas suas emoções, o que vem à mente, reações imediatas, frases prontas e sensações. No momento em que essas reações são reconhecidas é possível alterá-las para então mudar essa engrenagem de crenças.

Comece hoje mesmo e continue Mariando!

By Maria Carolina Mattos

5 coisas que você precisa saber sobre Fundos de Investimentos

Hei! Dando continuidade sobre nosso assunto de dinheiro, vamos falar hoje de FUNDOS DE INVESTIMENTOS.

Veja aqui o post sobre Títulos Públicos

Vamos às 5 coisas mais importantes que você precisa saber sobre Fundos de Investimentos:

 

1 – O que é um fundo de investimento?

Os fundos de investimentos são aplicações de um conjunto de investidores, chamados de cotistas.

São constituídos como condomínios, podendo ser um condomínio aberto, em que os resgates das cotas podem ser solicitados pelos investidores, de acordo com o regulamento do fundo, ou fechado, em que os resgates acontecem no prazo de vencimento do fundo.

Um fundo de investimentos é dividido em cotas, por isso falamos que quem investe é um cotista (passa a possuir uma fração, uma parte) do fundo. A soma de todas as cotas compradas pelos investidores é o valor do patrimônio total do fundo. A cota é rentabilizada diariamente, por isso ela se altera a cada dia, mas a quantidade de cotas que você possui é sempre a mesma.

 

2 – Quais são os diferentes tipos de fundos de investimento?

Existem diferentes tipos de fundos de investimentos, como de ações, de renda fixa, cambiais e multimercados. Cada um deles investe de acordo com certas regras determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em sua Instrução n.º 555/2014, que estipulam limites mínimos e máximos para aplicação em determinados ativos e derivativos.

Fundos de Ações:  são compostos principalmente por ativos de renda variável, ações à vista, certificados de depósito de ações, bônus ou recibos de subscrição, cotas dos fundos de índice de ações, cotas de fundos de ações e Brazilian Depositary. Devem ter, no mínimo, 67% da carteira nessas aplicações.

Fundos de Renda Fixa: Possuem percentual (80%, em geral) pré-determinado de investimentos em aplicações de renda fixa (títulos do tesouro, CDB pré-fixado, entre outros).

Fundos Multimercados: Esse tipo de fundo não possui o compromisso de concentração em nenhum fator em especial. Podem investir em ativos de diferentes mercados como, renda fixa, câmbio, ações, entre outros. Enquanto alguns multimercados dão preferência a ativos de menor risco na composição de sua carteira, outros preferem arriscar um pouco mais para obter melhores retornos.

Fundos Cambiais: Nesse tipo de fundo, 80% dos recursos devem ser aplicados em moeda estrangeira. Ou seja, a maior parte do dinheiro precisa estar atrelada à variação de dólar ou euro.

 

3 – Quem faz a gestão de um fundo de investimento?

Um gestor de fundos de investimentos. Ele tem a responsabilidade de estudar o mercado, fazer análises e acompanhamentos de todos os ativos do mercado, pra assim, estabelecer qual ativo trará o melhor retorno para o fundo gerido.

 

4 – O que é Benchmark?

É uma referência de mercado para que o investidor possa acompanhar o desempenho do seu investimento. Um exemplo para fundo de ações é o Ibovespa e para um fundo de renda fixa, o CDI. Ou seja, o quanto os fundos em questão estão acompanhando esses benchmarks (referências). Se estão abaixo ou acima do benchmarck.

 

5 – O que são Come – Cotas?

É a tributação dos fundos de investimentos. Come-cotas é o nome que se dá para uma antecipação no recolhimento do Imposto de Renda. Ele existe para todos os investidores que aplicam em fundos classificados como de longo prazo ou curto prazo, como os cambiais, renda fixa e multimercados.

Nesses fundos, há cobrança de imposto sobre todos os rendimentos. Segue-se uma tabela regressiva conforme o tempo de aplicação.

Fundos de Curto Prazo

  • 22,5% em aplicações que permanecem por até 180 dias
  • 20,0% em aplicações que permanecem 181 dias ou mais.

Fundos de Longo Prazo

  • 22,5% em aplicações que permanecem por até 180 dias
  • 20,0% em aplicações que permanecem de 181 dias a 360 dias
  • 17,5% em aplicações que permanecem de 361 dias a 720 dias
  • 15,0% em aplicações que permanecem por 721 dias ou mais.

A cada seis meses, no último dia de maio e no último dia de novembro, há uma redução no número de cotas, equivalente ao percentual do imposto sobre os rendimentos.

 

E aí, bora começar?

 

Continue Mariando!

Carteira de Investimentos. Um ato de amor.

Minha filha completou 15 anos em 2019 e pensei nas coisas lindas que a idade traz e todo seu glamour. Tradicionalmente é um rito de passagem, quando a menina se torna mulher e eu, como mãe, encaro de frente uma nova fase. Então, o que seria um bom presente de 15 anos?

O que deixaria minha filha feliz para comemorar a passagem desse bastão? Uma festa, uma viagem, quem sabe uma jóia?

Enfim, mil coisas vieram à minha mente e meu coração palpitou com a ideia dela receber qualquer um desses presentes, mesmo porque eu não tive nenhum deles nos meus quinze anos e queria saber qual seria a sensação de recebê-los.
No entanto, refleti que não tenho mais quinze anos e meu papel não é sentir meu coração palpitar por presentes que não tive, mas sim de ser mãe.

Ser mãe é diferente de ter filhos. Meu job aqui é criar um ser humano que possa somar à sociedade.

Ser mãe é diferente de ter filhos. Meu job aqui é educar um ser humano que possa somar à sociedade e que seja um multiplicador de bons valores e exemplos. Que tenha senso de protagonismo de vida, gestão emocional, gestão financeira, educação, respeito, senso de comunidade, colaboração, ambição, paixão por tudo que se propor a fazer e que se torne uma mulher que inspire outras mulheres. Para atingir todos esses objetivos, é necessário um propósito, alegria, gratidão, organização, disciplina, planejamento e dizer não à tudo que te desvie desse caminho.

O dinheiro também exerce um papel muito importante na evolução das pessoas: acesso à boa educação, viagens, tecnologia, cultura, tranquilidade emocional para tomar melhores decisões, espaço para criatividade, pensar fora da caixa, sair da vitimização, tomar riscos, etc.

Temos o hábito cultural de romantizar a pobreza, quando na verdade ela não nos traz nenhum benefício na evolução de uma sociedade. Quando falo isso, pode parecer frio, mas confundimos o pobre com a pobreza, porém são coisas completamente diferentes. A quantidade de dinheiro não determina a riqueza de uma pessoa, ela pode gerar milhões, que quando mal empregados, geram ainda mais pobreza ao seu redor.

Riqueza está associada à capacidade de gerenciar recursos para colocar em prática um plano de vida, por isso insisto na ação, na preparação e na educação da minha filha, para que ela toque outras pessoas, alcance seus objetivos, multiplique ideias e seja um agente transformador.

Presente de 15 anos: o que uma mãe pode querer para um filho?

Traduzi tudo isso em um presente: uma carteira de investimentos como um ato de amor.

Desde 2019, minha filha aprendeu a acompanhar o que acontecia na economia, como seu dinheiro rendia, porquê às vezes não rendia como o esperado e, nesses momentos, controlar o emocional fez toda a diferença. Como uma reserva de oportunidade faz diferença em momentos de indecisão (gerenciamento de risco), assim como um objetivo de longo prazo pode dar mais sentido pra vida e tantos outros motivos para começar aos 15 anos, gerenciar o próprio dinheiro e o próprio futuro.

Escolhi a *Magnetis para montar essa carteira de investimentos, não só porque é onde eu trabalho e dedico muito amor, mas porque eu confio. Os valores da Magnetis são meus valores e eu os aplico em todos os aspectos da minha vida.

Hoje, com 16 anos, minha filha dobrou seu patrimônio (literalmente), fez depósitos mensais que são possíveis para qualquer pessoa e já tem um objetivo muito claro com seu dinheiro.

Eu dei à ela, como presente de quinze anos, um senso de possibilidades, o poder de tangibilizar sonhos e o cultivo do amor próprio.

Ela tem as ferramentas, agora ela mesma pode conseguir o que quiser na vida. Este é o melhor presente que você pode dar a um filho. É um ato de amor.

*Magnetis é uma gestora de recursos e uma startup de investimentos (fintech)

 

By Maria Carolina Mattos

Tesouro Direto. Good start!

Chega mais. Vamos falar de investimentos?

Falamos aqui no blog sobre como começar a guardar dinheiro, dá uma olhada aqui, porém agora vamos evoluir e fazer esse dinheiro trabalhar pra você. Gostou né?

Tá. Como fazer isso? Existem muitas opções, mas vou falar aqui de um instrumento de investimento mais acessível pra você começar a se familiarizar. Mas lembre-se que você não precisa virar um especialista, você pode apenas surfar no assunto, pois hoje em dia existem muitos lugares através do qual você pode investir que já fará o trabalho de escolher o melhor investimento pra vc. Existe também bastante material instrutivo sobre o assunto na internet para te ajudar.

Primeiro passo? Escolha uma corretora de sua confiança e faça seu cadastro.

Hoje o tópico será Tesouro Direto.

Depois de feito cadastro numa corretora escolhida, você receberá uma senha provisória do site do Tesouro Direto no seu email, troque a senha e comece a navegar. O site é bem completo, cheio de informações e vídeos. É um programa do governo feito especialmente para pessoas físicas.

Mas o que é o Tesouro Direto? São títulos de dívidas que o Governo tem com você, ou seja, comprando um título público, você empresta dinheiro ao governo para financiar vários projetos e ele paga esse dinheiro de volta num determinado tempo, mais os juros pré fixados ou pós fixados do período. Os títulos que existem disponíveis são:

Clique em cada um pra ficar craque:
 

 

 
Sabe qual a melhor parte? Você consegue investir no Tesouro Direto com apenas 30 reais!
Bem simples né? Que tal começar hoje?
Continue Mariando!

Guardar dinheiro é possível ou é lenda urbana?

Sim, guardar dinheiro é super possível!

Essa é uma pergunta muito frequente porque de fato é difícil, mas vou dar algumas dicas boas para começar, mas aviso que requer uma mudança de mindset na sua vida. Você está preparado?

Muitas pessoas poderiam guardar todo mês o dinheiro que gastam com anuidade do cartão de crédito, juros do cheque especial, juros do carnê, etc…… Todo mundo usa ou já usou limite de conta na vida, pagou o mínimo do cartão e arcou com o custo disso depois. Efeito acumulativo… que se chegar a um determinado ponto… PRONTO… padrão que se repete todo mês.

Isso pode ser uma ilusão, sabia? Você conta com um determinado montante, mas nem percebe que o dinheiro não é seu e sim do banco. É assim que eles enriquecem.

O que eu fiz para minha vida pode te ajudar a pensar sobre muitas possibilidades existentes para guardar dinheiro e como tudo isso pode se encaixar à você. Exemplos são tudo na vida.

O primeiro passo que eu dei foi fechar minhas contas nos bancos tradicionais para imediatamente estancar uma goteira silenciosa, mas que enche um balde no final de ano, chamado “taxa de administração”. Parei de pagar essa mensalidade da conta e não tenho mais limite de cheque especial. Tive que aprender a viver com o que tenho no mês e ponto. No começo é ruim, gera insegurança, mas depois que você acostuma… de verdade, a vida muda e você começa a respirar liberdade…. Essas instituições que ganham absurdamente em cima de você, não te dominam mais.

O segundo passo foi em relação ao cartão de crédito. Existem muitas formas inteligentes de se usar o cartão de crédito, ele não é o inimigo, mas como estou em fase de detox financeiro, cortei também. Fui obrigada a adequar as minhas finanças à realidade dos meus insumos, sem mimimi. Eu terminei um namoro de muitos anos, uma relação abusiva, sedutora e silenciosa das finanças com esses bancos tradicionais. Depois que a relação acaba, dá carência sim, vc ainda quer fazer um monte de coisas que vc fazia, mas fazia com o dinheiro do banco. Você chora e a criança interior se joga no chão. Mas passa.

Depois que passa essa fase de adaptação, é como se você adquirisse um amor próprio na relação, você começa a escolher um parceiro mais alinhado às suas expectativas, ambos ganham e se satisfazem. Essa analogia serve para você escolher melhor o seu banco.

Existem saídas super inteligentes e modernas, você não precisa mais ser refém de bancões. Se você não confia tanto num banco digital porque não é tão conhecido e pergunta: “Mas e se o banco falir, meu dinheiro some? O que acontece com ele?”

Não some!!! Existe o chamado FGC, que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra o mecanismo de proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. O que ele faz? Ele garante seu dinheiro de volta em até 250.000,00 caso o seu bando venha à falência.

Viu só como não precisa ter medo! Só de tomar essas atitudes, vai sobrar dinheiro no final do mês pra vc começar a investir.

By Maria Carolina Mattos

Inflação! Sei que me atinge, mas como?

Ouvimos o tempo todo nos noticiários obre a reunião do COPOM, a taxa básica de juros e inflação. Mas como tudo isso interfere na sua vida?

A inflação se caracteriza pela elevação persistente dos preços, que resulta na perda do poder de compra das pessoas. Na prática, ela faz com que o nosso dinheiro tenha menos valor.

Quer um exemplo de como a inflação reage?

Se em janeiro você levar para casa 10 kg de carne pagando R$ 100 e a inflação no ano for de 10%, significa que em dezembro você vai comprar somente 9 kg com o mesmo montante.

Quando as pessoas consomem mais, os produtos ficam menos disponíveis, o que leva ao encarecimento do mesmo.

Isso forma a chamada espiral inflacionária. É aí que o cenário se complica, pois uma vez instalada, a inflação adquire autonomia e se auto alimenta pelo efeito em cadeia, um aumento leva a outro e fica muito difícil de controlar.

O Brasil possui um sistema de metas para inflação que foi instituído em junho de 1999 pelo Banco Central (BC). O indicador considerado para medir a inflação é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse índice é medido como um reflexo do custo de vida de famílias que possuem renda entre 1 e 40 salários mínimos, com base em 9 regiões metropolitanas do país.

Para manter o nível de inflação esperado, que hoje está em torno de 4,5% a.a., o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic. Por isso que para conter a inflação, aumenta-se a taxa de juros do país (Selic).

Vamos entender antes o que é a Selic…

A Selic é a taxa básica de juros da economia no Brasil, utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. A sigla Selic é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

Ela determina o nível de consumo do país e, portanto, influencia os juros de todas as operações na economia. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas.

E por que o governo aumenta a Selic?

Aumenta-se a Selic para desacelerar o consumo. Lembra que eu falei que consumindo mais, os preços dos produtos aumentam? Então, subindo a taxa de juros do país, o consumo diminui, consequentemente os preços caem. Essa manobra reflete diretamente na queda da inflação.

É a lei da oferta e da procura.

Devemos lembrar também que aumentando os juros, as empresas funcionam abaixo de suas expectativas e diminui-se a empregabilidade da população, o que ocasiona a redução de renda das famílias, levando-as a consumir ainda menos.

Por isso não é tão fácil quanto parece, pelo contrário. Porém agora, cada vez que ouvir no noticiário sobre qualquer um desses temas, terá uma ideia de como sua vida será afetada.

 

By Maria Carolina Mattos

Nova Tendência: Economia Colaborativa

Economia Colaborativa, o que esperar?

Que crises econômicas estão pegando no bolso de diversos países, disso não temos mais dúvidas. É só observar a situação do nosso próprio país que é possível perceber que há algo errado. E, numa onda de “quem quer tem que fazer acontecer”, começou a se espalhar uma nova forma de relacionamento econômico: a economia colaborativa (ou compartilhada).

A ideia geral baseia-se principalmente na sustentabilidade. Tenho produtos ou produzo serviços, e preciso de outros produtos e serviços. E qual é o intermédio existente? As empresas e a moeda. Eu recebo em dinheiro pelo que posso oferecer enquanto pago com o mesmo dinheiro pelas coisas que quero. Mas e se fosse possível cortar o intermediário através de trocas diretas de produtos e serviços? Sim, é realmente muito lógico, mas a moda só começou a pegar recentemente.

Quando você é o fornecedor e o consumidor ao mesmo tempo, some todo o processo empresarial que muitas vezes tira todo o gosto da intimidade e experiência com outros seres humanos. O que conseguimos ver nisso tudo é que em uma época onde tudo é tão automatizado, o ser humano finalmente começou a dar valor para as relações humanas. Além disso, com a economia colaborativa, podemos consumir de maneira mais inteligente, já que o pagamento pode ser feito através de um produto ou serviço seu.

A palavra chave para a funcionalidade dessa ideia é “compartilhar”.

Por isso, muitas vezes, a troca de produtos é feita como um aluguel. Eu queria muito uma prancha de surf para esse final de semana e meu vizinho precisa de uma furadeira. É feita então uma troca consciente.

A observação mais importante é que o perfil do relacionamento comercial mudou. A confiança é cada dia mais valorizada no mercado. Sem ela, uma marca não vai para frente – e muito menos uma negociação ou acordo entre colegas. E como ela é alcançada nesse tipo de comércio tão direto? Reputação. Porque ou você conheceu seu colega no boca-a-boca, por indicação de amigo, ou o conheceu por meio de algum aplicativo ou site – e eles geralmente permitem que os clientes deem nota ao prestador de serviço e que o prestador também dê nota ao cliente, para que tanto os vendedores quanto os compradores saibam se podem confiar naquela pessoa baseando-se nas avaliações dela por meio do aplicativo.

E o papel do dinheiro nessa história? Ele continua sendo utilizado. Por mais que as trocas diretas sejam mais eficientes do ponto de vista sustentável, por que não alugar aquela bike do meu amigo que já está quase enferrujando de tanto tempo parada? A ideia principal não é livrar-se do dinheiro, e sim diminuir os intermediários para que a prática comercial seja uma experiência muito mais rica para todos os envolvidos.

E para quem quer se adaptar a esse movimento, aqui vai uma lista de apps e sites que estão bombando e que apresentam possibilidades de um aluguel ou troca de produtos e serviços:

  • DogHero – Hotel para cachorros;
  • Airbnb – Hospedagem;
  • Fleety – Aluguel de variados tipos de carros;
  • Tem açúcar – Rede de compartilhamento de objetos;
  • Enjoei – Moda e acessórios;
  • Bliive – Troca de Tempo. Só vendo para entender.

O Blog Mariando também faz parte desse universo! Tenho certeza que meu blog tem algo para lhe oferecer!

By Maria Carolina Mattos

Os juros caíram. E agora?

Os juros estão caindo no Brasil. Agora, pela primeira vez em quase quatro anos a taxa básica de juros (Selic) voltará a ter apenas um dígito.

Investidores ou não, todos deveríamos ficar de olho nessa taxa. Por quê? Como o próprio nome diz, ela é a taxa básica da nossa economia. Serve de referência para tudo: empréstimos, financiamentos, investimentos, até sobre a poupança ela tem impacto.

Por que os juros sobem? Por que caem?

No Brasil temos um sistema chamado de meta de inflação. Ninguém gosta de inflação: aumentos muito frequentes de preços dificultam a nossa vida, fazem os salários valerem menos, acabam levando a gente a perder a referência do que está caro ou barato, de quanto as coisas realmente valem. Por isso, o governo procura manter a inflação sob controle. Como? Um dos motivos que fazem os preços aumentarem é uma procura muito grande por produtos. Se muita gente quer comprar uma coisa, é natural que o preço suba. É o que os economistas chamam de lei de oferta e procura. Então, se uma economia está crescendo muito rápido, com baixo desemprego, todo mundo com dinheiro para gastar, os preços tendem a subir. Se a economia está mal, com muita gente sem ocupação e com orçamento apertado, os preços tendem a cair ou ficarem estáveis.

Então, o segredo para o governo manter a inflação sob controle é ficar de olho em como a economia está crescendo e tentar controlar esse crescimento. Como? Subindo ou reduzindo a taxa de juros.

O que está acontecendo agora no Brasil? Estamos ainda numa crise, embora respirando um pouco melhor, mas muita gente ainda está desempregada, empresas fechando, consumo baixo, preços estáveis ou caindo. O Banco Central está reduzindo os juros. E todos nós estamos menos preocupados com a inflação, e mais preocupados em ver nossa economia crescer. Os juros mais baixos ajudam nisso.

 

Falando de investimentos, veja como a taxa de juros pode influenciar seus rendimentos:

Seu dinheiro está investido em Renda Fixa?

A renda fixa não é fixa. Isso significa que ela não tem um rendimento certo. Mas por que tem esse nome? Porque a regra da remuneração é conhecida no momento da aplicação. Funciona assim: Um título de renda fixa é um título de dívida. Você “empresta” seu dinheiro para alguém (governo, bancos ou empresas), que se compromete a devolvê-lo num determinado prazo e com uma certa remuneração. Isso é fixo e garantido! E você conhece as condições em que receberá o seu dinheiro de volta: ele pode vir acrescido de uma taxa fixa estabelecida no ato da compra; ou de uma parte fixa e outra variável. Entre os investimentos em renda fixa estão títulos públicos (Tesouro Direto), títulos privados (debêntures) e ativos bancários, como CDB (Certificado de Depósito Bancário) ou letras de crédito. Com a queda da taxa de juros, estes investimentos são impactados porque o rendimento deles é, pelo menos em parte, atrelado à Selic.

Se o papel promete pagar 100% da Selic ou do CDI, ele oferecerá uma remuneração menor à medida que a taxa básica de juros cair. O CDI é a taxa que baliza os empréstimos entre bancos (isso mesmo! As instituições emprestam dinheiro umas às outras o tempo todo). A taxa acompanha as condições do mercado e segue de perto a variação da Selic. Então, se a Selic cai, o CDI acompanha.

E se o dinheiro estiver na caderneta de poupança?

É provável que você tenha aprendido que a poupança rende mais ou menos 0,5% ao mês. Mas quando a taxa Selic fica igual ou menor que 8,5% ao ano, a forma de remuneração muda. O investidor passa a receber 70% da Selic, mais a variação da TR, que é uma taxa calculada, entre outras coisas, a partir da ponderação das taxas de juros dos CDBs. Então, se a Selic cai, a TR também cai. Com isso, o retorno da caderneta fica menor.

Como as ações são influenciadas?

Nelas, o impacto da queda da taxa de juros é indireto. Quando uma pessoa compra ações, se torna sócia da empresa. Uma empresa tende a se beneficiar da queda na taxa de juros, pois ela terá melhores condições para se financiar e isso pode impulsionar seus investimentos, fazendo-a crescer. Num ambiente com juros menores, há mais consumo e isso também é um fator que impulsiona a economia e estimula as empresas a produzirem mais. Isso pode levar as ações daquela empresa que você é sócio a se valorizarem. Não é regra, porque não é só essa variável que faz o preço de uma ação subir ou descer, mas em linhas gerais, a queda de juros é boa para o mercado de ações.

Deu para perceber que a mudança da taxa Selic impacta muita coisa na economia e reflete diretamente sobre o consumo, a inflação e seus investimentos.

Espero ter ajudado a entender um pouco mais sobre este indicador e sua importância!

By Maria Carolina Mattos