Maria Mattos

Os valores das gerações passadas foram construídos com base no machismo, no acúmulo de patrimônio, na co-dependência das pessoas, no uso desenfreado dos recursos do planeta e na ignorância sobre o real poder de cada um. Agora vivemos na geração que vem quebrando todas essas correntes, mas ainda precisamos de estrutura e educação para prosseguir nesse caminho.

Eu acredito que a criação dos nossos filhos seja a chave. Nossos filhos serão os futuros políticos, professors, cientistas, influenciadores e formadores de opinião de uma maneira geral. Relações de poder, trabalho, espaço, descobertas e independência devem ser reaprendidos.

Se hoje reclamamos de homens machistas devemos lembrar que eles também são vítimas do próprio machismo alimentado por mulheres e homens. O machismo criou homens para não chorar, não dançar, não sentir, que prover o sustento é a única coisa a se fazer num casamento, não brincar com bonecas, a serem fortes sempre… e por aí vai a lista.

Vivemos essas culturas diariamente sem perceber, vou citar alguns exemplos: Nos almoços de domingo em família, os homens continuam sentados enquanto as mulheres levantam para tirar a mesa, lavar a louça e fazer o café. Outro exemplo é a mulher nunca poder ficar até mais tarde no trabalho porque tem que buscar os filhos na escola ou levá-los ao médico, enquanto os homens focam em suas carreiras em período integral sabendo que a maternidade irá prover tudo para seus filhos. Meninas criadas para arrumarem maridos que possam prover seu sustento e “tranquilidade”na vida.

Mas como quebrar essa roda? As mulheres também querem uma carreira e ter a segurança de que a paternidade será tão ativa quanto a maternidade. Querem tomar cerveja, ganhar dinheiro, viajar e até mesmo escolher não ter filhos.

My mom said to me, ‘You know, sweetheart, you should settle down and marry a rich man,'” “I said, ‘Mom, I am the rich man.'”

-Cher

Ensine sua filha sobre a independência econômica para que ela busque um companheiro e não um patrocinador. Veja esse post sobre carteira de investimentos – um ato de amor. Comece a criar um outro tipo de relacionamento com o dinheiro e ensine isso para sua filha, pois os meninos já são ensinados desde pequenos a serem líderes e empreendedores. O dinheiro é para todos e traz liberdade, criatividade e a possibilidade de investir no que realmente importa. 

Ensine seu filho sobre a independência doméstica para que ele busque uma companheira e não uma empregada. Ensine-o sobre a importância da parceria existente num casamento, que os cuidados pessoais só dizem respeito a ele mesmo, ensine-o a cozinhar e sobre os direitos e deveres iguais entre homens e mulheres. Quem sabe nessa configuração, menos divórcios aconteçam, pois as pessoas estarão juntas porque realmente querem e não porque seja conveniente.

Selecionei aqui alguns nomes de mulheres incríveis que fizeram a diferença na nossa história e se elas fizeram isso em épocas tão difíceis e com tantos obstáculos, imagine o que faremos na era da liberdade feminina #grlpwr #girlpower

Isabel I, também chamada de “A Rainha Virgem”, “Gloriana” ou “Boa Rainha Bess”, foi a Rainha da Inglaterra de 1558 até sua morte e a quinta e última monarca da Casa de Tudor, transformou a Inglaterra numa terra ponderosa e próspera, além de ter escolhido ser solteira. Marie Curie (1867 – 1934) – Física e química polonesa que ficou conhecida por suas contribuições sobre radioatividade. Ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1903 e o Prêmio Nobel de Química de 1911, tornando-se a primeira pessoa a conquistar o Nobel duas vezes e em duas áreas diferentes. Rita Levi-Montalcini (1909 – presente) – Neurologista italiana que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1986 pelos seus estudos sobre o sistema nervoso. Maria Mayer (Física Teórica alemã que ganhou o Prêmio Nobel de Física por suas pesquisas sobre a estrutura do átomo). Rosalind Franklin (1920 – 1958) – Biofísica britânica que foi pioneira em pesquisas de biologia molecular. Ficou conhecida por seu trabalho sobre a difração dos Raios-X; descobriu o formato helicoidal do DNA. Jane Goodall (1934 – presente) – Primatologista e etóloga britânica, conhecida em todo o mundo por suas pesquisas sobre chimpanzés. Rachel Carson (1907 – 1967) – Bióloga americana que revolucionou o movimento conservacionista em todo o mundo e publicou estudos importantíssimos sobre o uso de pesticidas. Mária Telkes (1900 – 1995) – Biofísica húngara que realizou pesquisas sobre energia solar. Ela inventou o gerador e o refrigerador termoelétricos. Barbara McClintock (1902 – 1992) – Cientista e citogeneticista americana que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1983 pela descoberta da transposição genética. Cecilia Payne-Gaposchkin (1900 – 1979) – Astrônoma inglesa que descobriu que as estrelas são compostas principalmente de Hidrogênio e Hélio. Ela estabeleceu uma classificação para os astros de acordo com suas temperaturas. Gertrude Elion (1918 – 1999) – Bioquímica e farmacêutica britânica que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1988 pela criação de novos medicamentos. Elizabeth Blackwell (1821 – 1910) – Física americana que se tornou conhecida por ser a primeira mulher a praticar medicina nos Estados Unidos. Fundou a Universidade Médica da Mulher. Mathilde Krim (1926 – presente) – Citogeneticista italiana que realizou diversos estudos sobre vírus causadores de câncer. Foi a responsável pela fundação da Aids Medical Foundation em 1982, que se tornou a amFar (The Foundation for Aids Research), a principal instituição de pesquisa sobre a síndrome em todo o mundo. Ida Noddack (1896 – 1978) – Química alemã que teve importante papel na descoberta do elemento Rênio. Foi a primeira cientista a propor a ideia de fissão nuclear. Emmy Noether (1882 – 1935) – Física e matemática alemã que realizou importantes pesquisas sobre a Teoria dos Anéis e Álgebra Abstrata. Elaborou o Teorema de Noether, que explica as relações entre simetria e as leis de conservação da física teórica. Christiane Nusslein-Volhard (1942 – presente) – Bióloga alemã que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/ Medicina de 1995 por suas pesquisas sobre genética embrionária. 

 

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By Maria Carolina Mattos

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